sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Correspondências ao acaso


Aturdido na cama me espantam, a calma das plantas e a certeza dos planetas,
que num raro orbe abismal sustente, a leveza das órbitas e a paz dos quintais.
Pasmo com a atmosfera, indago-me sobre a sintonia lógica da natureza:
Que magia matemática harmoniza as estrelas?
Que energias combinam-se a luz veloz e aflita, que transcende o espaço e eterniza a matéria?
Como que pudesse sentir na brisa inaudita, a música cósmica que obscurece-se nas horas.
Poderei supor a exaustão dos cometas ou a morbidez da seiva,
indagar sobre a sílaba, quem sabe, a eloquência dos pássaros, ou os silvos dos lábios.
Sei que permanecemos salvos pelo silêncio inalterável, mas abalados,
com o ruído estrondoso da alma, e as correntes possibilidades,
ilustradas como miragens, ou presságios, que habitam as cabanas vazias, e os mares calmos.
Os arcabouços antigos, e os baús com o cheiro velho da umidade do tempo, padecem,
bem como as gavetas, e as cavernas frias do passado, e o tempo permanece inquebrável,
como um fio insustentável e tênue, com a eufórica agitação de sempre!

Theodor bezellius

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