terça-feira, 8 de setembro de 2009

Ao rio, ágata


De todo rio, gota se faz,
olhos d´água eternos lacrimais
submersos no topo da colina,
atrás das pedras que pingam
e escorregam cegas nas pernas da terra.

A penetrar um caminho perpétuo
em tuas entranhas, de mato mítico e relevo,
amaciadamente acidentado pelo tempo.
O círculo do fogo e do gelo,
que arde e doura cíclico
um novo sol a cada dia refeito.

Fabricam-se as sombras, as cinzas da noite,
do grito dos gêiseres e do suor de icebergs,
o claro tranquilo a dissolver o escuro bramido labor,
eterno acasalar de deuses coloridos
encharcados de olor de chuva.

Que regam o ciclo e rogam o cio
lua a sol,
ágata ao trigo.

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