quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Cigana Crepuscular


(a Diandra Rodrigues)

Moça, de faces e maçãs
Mulher, de carnes e quadris
quando sorri, os dentes gentis de criança
mastigam as manhãs.

Sempre de tarde, cigana Crepuscular,
procura o anunciar do brilho da estrela,
vagando vermelha com trança nos cabelos.
Irradia o céu com as cores da beleza,
invade as nuvens, balança os ventos.

De noite, ás vezes atriz, arrisca um gesto,
palpita a pele, se enfeita, cobre-se de vestido.
Namora o espelho e se pinta, como pode uma índia,
e desfila, a cantar para a lua as canções mais belas.

Amanhece embrulhada num lençol de suspiros,
a pintar em telas o dia de menina agreste.
Alvorece macia, acalentada em sonho idílico,
dependurada no cipó do cipreste.

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