sexta-feira, 19 de junho de 2009

Amar(é)rado


APEGO


Amarraste o laço da vida entre os dedos
como quem pendura o arado na rosa,
e fez arder-te a lâmina em segredo,
e afiar a noite amaciando as horas.

Como quem cavaste os céus na terra,
penetras secreta em locas de rio
a perder-se trêmula na esfera,
onde bem vegetas, no cio.

Os seios, de vez goiabas.
Aréolas, talvez amoras.
Será que o sumo do fruto existe?


As unhas azuis arranhando as vestes.

Os beiços bordando arabescos.
Será carmin a cor das bordas?

Os dedos veludos, novelos.
Nas mãos, maçãs tocando violinos.
Serão luvas na pele mordiscando a carne?




2 comentários:

  1. como já dizia um velho amigo chamado Aristóteles: A finalidade da arte é da corpo a essência secreta das coisas, não é copiar sua aparência.

    ResponderExcluir
  2. SIM!!!
    obrigado pelas palavras - se aprende muito a se perceber pelos olhos dos outros >
    bjs no coração!

    ResponderExcluir