segunda-feira, 9 de novembro de 2009

TENAZ O TEMPO




Por mais que tenaz, e viscoso,

o tempo subtil, retroage...

e sedimenta suas arestas oblíquas

num fóssil estreito e vário,

moldado a custo

do vigor incansável da gravidade,

e de todo o caráter torpe

da ventania auspiciosa.


Que agita o solo rijo,

e lacera as ruas tortas da cidade

descomposta de natureza,

areia e

grãos.


é como um frenesi na velha montanha

que fustigada pelo vento,

arrepia a terra,

palpita o chão,

e faz brotar das pedras

suas relíquias vegetais.


Herdadas da uterina cripta ardente,

na febre terçã do solo.

onde interagem o cio e o ócio

com o desvario momentâneo e célere das estações.

Incitando o instante a quebrar o cotidiano.


Enquanto isso, o âmbar teimoso

aglutina e eterniza o que o cerca

em sua resina atemporal.

e a protege do tufão.


já o espectro da pétala lilás

protegida nas páginas de um livro,

amarelece mas não perde sua forma

côdea,

essência.


assim também é a ciência

envelhece mas subverte seus ramos

e recria sua vergôntea

do cuspe resignante.

Um comentário:

  1. olá Belizário, como estao as coisas?
    aparece por aqui.
    saudades,
    abraços
    e eu iniciei meu blog, rs
    www.caixafotografica.blogspot.com

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